15 de janeiro de 2009

A Alma Imoral - seleção 3 de 5

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Referência:


BONDER, Nilton. A Alma Imoral - Traição e tradição através dos tempos. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.


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Comentário:


Mais do mesmo! Dessa vez com indicação da peça A Alma Imoral que vi duas vezes e que me fez comprar o livro. Obrigada, Clarice, pela obra. Espero um dia trabalhar com ela. ;o)
(Mais uma Clarice marcando minha vida!)


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Trechos selecionados:



"O problema, no entanto, está no fato de que é impossível mudar sem se expor ao erro absoluto." (pgs. 19 e 20)


"A importância do presente está na responsabilidade que temos de honrar o passado e o futuro, numa medida artisticamente concebida de honrar compromissos e rompimentos." (p.22)


“O Apego ameaça e violenta a integridade de um ser humano da mesma maneira que uma traição. Somos capazes de medir a última, mas poucas vezes nos damos conta da violência que impomos à nossa alma.” (p.30)


A proposta da imutabilidade é mais que indecorosa: ela violenta um indivíduo.” (p. 39)


“Surpreender-se é, na realidade, a maior prova de poder do ser humano. Surpreender os outros é fazer uso de nossos truques já dominados; supreender a si mesmo é ser um mago diante daquele que nos julgávamos ser.
O herói do corpo é aquele que surpreende os outros e os seduz. Seus poderes são fazer uso do passado e de suas mágicas. (...)Já o herói da alma é aquele que surpreende a si mesmo e seus poderes são o que ainda não foi feito, dito, visto, falado ou escutado. O futuro e a possibilidade de não-convencionalidade são o instrumento de poder desse herói.” (p. 46)


“Porque as surpresas do relativo, das misturas, dos erros, das espontaneidades ou dos pecados fortalecem a alma e lhe ofertam seu nutriente mais importante: a evolução.” (p. 46)


“Todos nós deparamos com lugares estreitos em determinado momento. Estes lugares, que outrora serviram para nosso desenvolvimento e crescimento, se tornam apertados e limitadores.(...)
O corpo não gosta de sair, de mudar. São a estreiteza e o desconforto que o convencem de que não existe saída.”
(pgs. 47 e 48)


"Passar por um processo de mutação de maneira bem-sucedida é irromper em outro corpo que não se sabia que poderia conter nosso ‘eu’.” (pg. 51)

Achar-se – e o ancião tenta revelar este segredo ao jovem – é constituir identidades e desfazer-se delas.” (pg. 69)


“O pobre, o destituído, o estrangeiro, o marginal é mais bem preparado para levantar acampamento e seguir os caminhos da evolução do que aqueles que, bem adaptados, encontram sempre maneiras de transformar em ideologia, moral e teologia seu desejo de permanecer no lugar estreito. (...) O inconformado e o não estabelecido criam ligações mais verdadeiras com a dinâmica de vida mais próxima do desapego que do controle. Da perspectiva da alma, o pobre é mais apto que o rico, o bastardo, do que o filho mimado, o sofrido, do que o afortunado ou o que vem de longe em relação ao que vem de perto.” (pgs 110 e 111)

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Foto de divulgação da peça "A Alma Imoral" inspirada no livro.
Adaptação, concepção cência e interpretação: Clarice Niskier.
Foto: Dalton Valério
Mais infos: http://www.almaimoral.com/

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